sexta-feira, 18 de outubro de 2013
O CAOS É O CAIS
Em que porto aguardar a embarcação da sorte nos catar para o real paraíso, onde teremos mãos sem nenhum entusiasmo para esganar o próximo, bocas sem verbos para inventar razões e princípios? Embarcaremos quando no berço da paz? Qual trago conchega afetuosamente a vida dentro do peito? O inesperado é o fato mais palpável, essa próxima chuva, que virá como caricia da garoa ou sopapos do toró, é sim a privilegiada cara metade da verdade. O que cai do alto do agora para emporcalhar o caminho pode sim ser apenas um drinque de mau gosto que antecipa um soberbo prato de graúdas glorias. O amanhã foi criado para surpreender o hoje! Ser o mesmo de ontem dá mais trabalho, sustentar um homem que sempre fica para trás do seu tempo cansa! Soltar-se no rio das transformações é acompanhar a correnteza de ser novo a todo momento. Existimos apenas uma vez por segundo! A soma dos instantes que estacionamos nossas vontades, desejos, audácias é o que nos torna fantasmas da nossa própria história.
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