sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Jogado fora

De hoje em diante... Permaneço agitado! É impossível e deselegante variar o estado de espírito nesse brioso baile da alucinação. Estamos redondamente loucos, respeitamos mais a curta faixa de pedestre que a infinita auto-estrada da imaginação, atropelando os anseios a cada quina do cotidiano. Nós, eternamente alforriados pelo dom de sonhar, construímos nossas gaiolas invisíveis em uma biografia.com, fora d o ferino instinto de um afortunado destino, em uma mesa de repartição da ignorância, buscando “nossa criatura” via Wireless. Ontem, sereno, subi ao ápice da minha natural civilidade, respirei o novo aroma do planeta, fedia a fantasma! Inculto amor ao autêntico, desobediente sujeito apagado que avista o horizonte cinza e se exibe em algum tipo de fé na passagem pelo viver. Não creio que o mundo desabe a seguir, mas com toda presunção, vaidade, perdeu o caminho de volta para casa. Estamos desabitados nos olhares, doamos ao próximo somente o vento que nos pesa e cremos em amizade simplificada. Experimento um constante pleonasmo na conversa afiada da vida. Muda-se de bairro, troca-se o pano de cama, crescem os arrabaldes para os infelizes, o cansaço alarga a pele da pálpebra de todos, um dilúvio cada dia mais empeçonhado lateja do céu em nós - mas a alma do mortal admite-se ignorante com a mesma ausência de tato para a delicadeza. Desafinados banjos de Deus, vibramos ofensas gratuitas a nós mesmos, em notas distraídas formamos acordes que nos distraem do fato legítimo da essência. Atrás do sucesso dos desvairados, nos deixamos encalhar no meio da alameda do maior encontro, e o caminho do divino choque com o real ensejo de existir já não espera por nós. Quem recusaria a agradável anedota da paz pelo tapa na cara de um diário funeral de si mesmo? Não denuncie que também tenho morrido! Não espalhe minha habitual revenda a miragem de apenas sugerir ser– talvez , estar fugaz na fantasia da ínsula dos homens, seja mesmo mais ameno assim de mentira! Existir no pega-pega da imoral ilusão sendo “café-com-leite” ofende bem menos; me perco a toda hora porem ninguém leva a serio. Estamos salvos de tudo que podemos desvendar de nós mesmos. Apreciei o espelho como se fosse uma vidraça rachada só para mim, vi tantos tontos meus que quase perdi minha cômoda intimidade, fui flagrado em plena fuga, rebaixei as cortinas dos olhos, cerrei as frestas das hipóteses de me bombearem segredos que me fariam, belo, nunca mais driblar o real caos de permanecer imune ao legítimo.

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