sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Dia de peça
Em que palco de mim posso estrear meu entusiasmo, se no fundo do que sinto ensaio grandes bobagens? Muita biografia em branco, gente cedendo o próprio pranto e o gás de sonhos falsificados, aroma de veneno vindo do bafo de tantos...
Tenho em minhas mãos uma espada com sumo, sangue, seiva cômoda do corpo de qualquer engano que feri atoa. Essa nossa tal pretensão de renome mancha o cândido tecido da solidão. Tenho sentido uma esfinge em conviver comigo mesmo. Não sei me entreter ou me agitar sem ninguém por perto. Será que gosto de aparecer ou não aceito desaparecer? É muito maçante estar sóh: entre Eu e o Vazio! Varias vezes me considero em frente aos outros, isso me engana bem, esqueço de mim, um fantoche ajuizado por um bêbado... Devo ter alguma culpa calada para não me aceitar moderado e viúvo de mim.
Quanto vale a alma de cada gota do meu lamento que avoa do coração na medida incerta, sem socorro?
Quantos metros de dor me cabem nesse salto da demência sem calma?
Esse povo do peito, essa trupe de cálices que respeito... tem me fudido!
Que cobiça é essa que assalta meu menino ânimo?
Ah, sei lá, tá complexo não me distrair de mim! Até tento, me atendo, paro, pairo...mas piro!!! Perco o fio, lavo minhas mão e, de repente, me apanho distante do que preciso presenciar. Estou cada vez mais alheio do que cogitei vir bancar aqui!
Isso poderia ser um bilhete para eu me recitar quando besta , uma lembrança, uma reza para o Deus dos momentos remotos da inspiração, para que eu leia e me ressalve do que realmente me importa... porem, SEI que, esse impulso do meu pulso foliando a angustia em palavras já acabará e tudo desandará ao normal: Eu, o silêncio e nenhuma ideia de como me iniciar atento ao que prezo e presto.
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